Vídeo em destaque
Mensagem do Blog Povo Ameríndio para o Dia do Índio de 2009
"Mas agora ele só tem o 19 de Abril..."
Muito se fala sobre o passado, especialmente sobre o extermínio dos índios norte-americanos. E o presente, e os índios brasileiros? Este vídeo de 3min e 43s apresenta uma visão forte sobre o assunto.Essa é uma homenagem do Blog Povo Ameríndio a todos aqueles que são nativos das américas ou seus descendentes.
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domingo, 14 de junho de 2009
Comunicado Yanomami à FUNAI - Assunto: Invasão de Garimpeiros
Hutukara Associação Yanomami - HAY
Rua Capitão Bessa, 143 – B. São Pedro - CEP 69.306-620
Boa Vista – Roraima - Fone/Fax: 95 3224-6767
CNPJ nº. 07.615.695/0001-65
E-mail: hutukara@yahoo.com.br
Missão Catrimani, 27 de maio de 2009.
PARA: Sr. Márcio Meira, Presidente da FUNAI.
C/C:
Ministro da Justiça, Sr.Tarso Genro,
Polícia Federal (nacional), Sr. Luiz Fernando Corrêa
Polícia Federal em Roraima, Sr. José Maria Fonseca
Ministério Público Federal em Roraima
Ministério Público Estadual de Roraima
Funai/RR, Sr. Gonçalo Teixeira
Nós, povo Yanomami, comunicamos novamente a Vsa. sobre a invasão dos garimpeiros na
nossa terra. Já fazem mais de nove anos que os garimpeiros estão invadindo, estragando e poluindo os rios. Trazendo doenças como a malária e a gripe, além de ameaçar a vida do nosso povo com violência. O governo brasileiro precisa tomar providência urgente, o numero de garimpeiros tem aumentado a cada dia.
Nós Yanomami estamos preocupados sabendo que as doenças estão invadindo as
comunidades. Não queremos mais morrer por causa do garimpo, que é uma atividade ilegal. A invasão está acontecendo nas regiões: Papiu, Alto Catrimani, Kayanau, Parafuri, Waikas, Ericó, Uraricoera, Apiaú, Homoxi e Serra da Estrutura.
Este ano a invasão de garimpeiros aumentou muito, no inicio do ano já ocorreu a morte de uma liderança Ye’kuana, da região de Waikas. Vários aviões têm sido vistos na nossa terra pelos Yanomami como mostra o relatório do professor Ricardo Porari Yanomami, morador da região Catrimani I, que anotou os vôos que pousaram na Pista do Hélio entre os meses de fevereiro a abril. (relatório em anexo). Além destes vôos, a Hutukara recebe relatos diários de vôos em outras regiões para as pistas clandestinas de garimpo. Também relatam a presença de balsas de garimpo nos rios Catrimani e Couto de Magalhães.
Em Boa Vista, aumentou o numero de comércios que vendem material para garimpo, e
também as casas de compra de ouro e diamantes. O ouro voltou a ser moeda nas lojas do centro da cidade de Boa Vista. Estamos vendo novamente o que aconteceu em 1986, na época da primeira grande invasão garimpeira na Terra Yanomami. Os garimpeiros estão chegando, trazendo equipamentos, armas de fogo e reativando as pistas de garimpo.
A Policia Federal já anunciou diversas vezes nos jornais que realizaria operações de retirada dos garimpeiros, mas isto nunca mais aconteceu. Eles só conseguiram apreender poucos equipamentos, provavelmente equipamentos velhos que não são mais utilizados pelos garimpeiros.
De vez em quando garimpeiros são retirados pela FUNAI, porém nenhum garimpeiro foi
preso e eles sempre voltam para a terra Yanomami, para garimpar. É comum na época das chuvas os garimpeiros aparecerem nos postos da FUNAI e se entregarem. Eles ganham uma “carona” para voltar para casa e no verão voltam para os garimpos ilegais.
Nós sabemos que não adianta somente retirar os garimpeiros. Precisamos que eles não
voltem mais a garimpar na terra Yanomami. Precisa ser feito o controle da entrada dos garimpeiros, a prisão dos garimpeiros e dos equipamentos, mas principalmente dos empresários do garimpo, que contratam os garimpeiros e financiam esta atividade.
Exigimos que estas ações sejam realizadas urgentemente, pois estamos sofrendo muito.
Como exemplo do monitoramento dos yanomami a respeito do garimpo na terra Yanomami,
segue abaixo relato de parte da movimentação de vôos de garimpeiros na região Catrimani 1, durante o período de 16 de fevereiro a 15 de abril de 2009.
______________________________________
Davi Kopenawa Yanomami
Presidente da HAY
Nova denúncia relata aumento do garimpo na Terra Indígena Yanomami (RR)
(FONTE: http://www.socioambiental.org)
Em carta enviada à presidência da Funai em 27 de maio, a Associação Yanomami Hutukara (HAY) denuncia o crescimento desenfreado das atividades garimpeiras em seu território e exige das autoridades providências urgentes temendo que o garimpo cresça aos índices da década de 1980 quando a presença de mais de 45 mil garimpeiros resultou em mortes, epidemias, degradação ambiental e desestruturação social.
A carta divulgada pela HAY se baseia em relatos recebidos das comunidades e no crescimento nas vendas de material para garimpo no comércio de Boa Vista. O secretário da Hutukara, Dário Vitório, disse que nos últimos meses aumentou o número de cartas vindas das comunidades yanomami pedindo ajuda para a retirada dos garimpeiros. “Os parentes nos falam por radiofonia e através de cartas que estão com medo porque aumentou muito o barulho de aviões, helicópteros e motores nas proximidades das comunidades. Em alguns lugares, como no Papiú, os garimpeiros se aproximam das comunidades para tentar comprar nossa comida e nos convidando para trabalhar."
Segundo a carta da Hutukara, é visível o aumento da atividade garimpeira também em Boa Vista, capital de Roraima: “Em Boa Vista, aumentou o número dos comércios que vendem material para garimpo, e também as casas de compra de ouro e diamantes. O ouro voltou a ser moeda nas lojas do centro da cidade de Boa Vista".
A Hutukara critica as poucas operações até então deflagradas pela Polícia Federal e a Fundação Nacional do Índio (Funai), apontando para a sua ineficácia, pois os garimpeiros fogem para dentro da mata assim que ouvem o barulho do avião, e os que são pegos têm a certeza da impunidade: “De vez em quando garimpeiros são retirados pela Funai, porém nenhum garimpeiro foi preso e eles sempre voltam para a terra Yanomami, para garimpar. É comum na época das chuvas os garimpeiros aparecerem nos postos da Funai e se entregarem. Eles ganham uma “carona” para voltar para casa e no verão voltam para os garimpos ilegais.
A solução, conclui a Hutukara, é fazer "o controle da entrada dos garimpeiros, a prisão dos garimpeiros e dos equipamentos, mas principalmente dos empresários do garimpo, que contratam os garimpeiros e financiam esta atividade."
Em carta enviada à presidência da Funai em 27 de maio, a Associação Yanomami Hutukara (HAY) denuncia o crescimento desenfreado das atividades garimpeiras em seu território e exige das autoridades providências urgentes temendo que o garimpo cresça aos índices da década de 1980 quando a presença de mais de 45 mil garimpeiros resultou em mortes, epidemias, degradação ambiental e desestruturação social.
A carta divulgada pela HAY se baseia em relatos recebidos das comunidades e no crescimento nas vendas de material para garimpo no comércio de Boa Vista. O secretário da Hutukara, Dário Vitório, disse que nos últimos meses aumentou o número de cartas vindas das comunidades yanomami pedindo ajuda para a retirada dos garimpeiros. “Os parentes nos falam por radiofonia e através de cartas que estão com medo porque aumentou muito o barulho de aviões, helicópteros e motores nas proximidades das comunidades. Em alguns lugares, como no Papiú, os garimpeiros se aproximam das comunidades para tentar comprar nossa comida e nos convidando para trabalhar."
Segundo a carta da Hutukara, é visível o aumento da atividade garimpeira também em Boa Vista, capital de Roraima: “Em Boa Vista, aumentou o número dos comércios que vendem material para garimpo, e também as casas de compra de ouro e diamantes. O ouro voltou a ser moeda nas lojas do centro da cidade de Boa Vista".
A Hutukara critica as poucas operações até então deflagradas pela Polícia Federal e a Fundação Nacional do Índio (Funai), apontando para a sua ineficácia, pois os garimpeiros fogem para dentro da mata assim que ouvem o barulho do avião, e os que são pegos têm a certeza da impunidade: “De vez em quando garimpeiros são retirados pela Funai, porém nenhum garimpeiro foi preso e eles sempre voltam para a terra Yanomami, para garimpar. É comum na época das chuvas os garimpeiros aparecerem nos postos da Funai e se entregarem. Eles ganham uma “carona” para voltar para casa e no verão voltam para os garimpos ilegais.
A solução, conclui a Hutukara, é fazer "o controle da entrada dos garimpeiros, a prisão dos garimpeiros e dos equipamentos, mas principalmente dos empresários do garimpo, que contratam os garimpeiros e financiam esta atividade."
sábado, 6 de junho de 2009
Indígenas mantêm 38 policias detidos no norte no Peru
Sábado, 06 de junho de 2009 - 12h51
(http://band.com.br)
No norte do Peru, indígenas continuam bloqueando a estrada que corta parte da Amazônia peruana. Os protestos ganharam mais força depois da morte de 33 pessoas nos confrontos com a polícia na sexta-feira. Os índios exigem a revogação das leis de exploração das áreas ricas em recursos naturais.
Os manifestantes também mantêm em poder 38 policiais que faziam a segurança de uma estação petrolífera na Amazônia peruana. O grupo revoltoso ameaçou queimar a estação petrolífera da região. Com temor de um ataque, a estatal Petroperu suspendeu as operações do único oleoduto que transporta petróleo da selva até a costa do Pacífico. Os protestos começaram em abril, depois que o presidente Alan García aprovou medidas que permitem a exploração privada dos recursos naturais da região.
(http://band.com.br)
No norte do Peru, indígenas continuam bloqueando a estrada que corta parte da Amazônia peruana. Os protestos ganharam mais força depois da morte de 33 pessoas nos confrontos com a polícia na sexta-feira. Os índios exigem a revogação das leis de exploração das áreas ricas em recursos naturais.
Os manifestantes também mantêm em poder 38 policiais que faziam a segurança de uma estação petrolífera na Amazônia peruana. O grupo revoltoso ameaçou queimar a estação petrolífera da região. Com temor de um ataque, a estatal Petroperu suspendeu as operações do único oleoduto que transporta petróleo da selva até a costa do Pacífico. Os protestos começaram em abril, depois que o presidente Alan García aprovou medidas que permitem a exploração privada dos recursos naturais da região.
Peru: indígenas amazônicos em estado de insurgência
17 DE MAIO DE 2009 - 14h29
(http://www.vermelho.org.br)
A declaração do presidente da Associação Interétnica de Desenvolvimento da Selva Peruana (Aidesep), Alberto Pizango, é clara: os povos indígenas amazônicos estão em estado de insurgência e só sairão depois que forem revogados os decretos de lei que violam seus direitos ancestrais. O clima na região segue tenso, com a presença constante de policiais. Ontem, as forças de segurança e lideranças fizeram um pacto para deter as agressões por parte dos policiais.
Há mais de um mês, os indígenas da região Amazônica do Peru iniciaram uma jornada de luta, com greve geral entre representantes da população nativa, que pede a revogação de projetos de leis que afetam diretamente suas vidas e seu território. As normas aprovadas pelo Governo Alan García facilitam para os empreendimentos mineiros e empresas petrolíferas na região.
Apesar de diálogos entre as partes, não há avanço nas negociações. No último dia 13, representantes de 20 organizações indígenas se reunião com os representantes do Ministério de Agricultura e Meio Ambiente.
O movimento indígena vem recebendo apoio de diversas organizações. A Associação Pró-Direitos Humanos (Aprodeh) expressou sua preocupação por conta da visível criminalização ao protesto dos povos amazônicos. E também criticou as normas aprovadas pelo governo que desrespeitam a integridade dos povos e não os reconhecem como cidadãos e cidadãs peruanos (as).
"Aprodeh considera que o Ministério de Energia e Minas e PeruPetro atuam como se estivessem num território desabitado. Vale salientar que o próprio presidente Alan García mostrou desprezo à população indígena amazônica, responsabilizando-os pela pobreza do Peru", afirma a nota de apoio.
A Rede contra a Criminalização do Protesto Social também se manifestou. "Respaldamos o legítimo direito à discrepância democrática e ao protesto social que vem realizando os povos indígenas amazônicos em defesa de seus direitos ao território, recursos naturais e exigimos ao governo que abra espaços de diálogo", afirma.
Em outro comunicado, enviado pelos Bispos da Amazônia (representando os Bispos da América Latina), se pede que o presidente revogue os dispositivos legais e contribua com a reformulação de seu conteúdo com a participação da população indígena.
"Gostaríamos de não apoiar a greve atual. Mas nos dá a impressão de que o Governo e o Congresso não mostram a intenção de dialogar e buscar soluções. E assim compreendemos o desespero das populações indígenas", afirma o comunicado.
Acrescenta que "podemos afirmar que não se atende o clamor das populações indígenas e ribeirinhas que desejam um desenvolvimento integral, desconhecendo o Estado o uso e ocupação dessas terras por gerações. Na prática não levou em consideração o direito dos povos amazônicos de serem ouvidos, como indica a Constituição Política do Estado".
(http://www.vermelho.org.br)
A declaração do presidente da Associação Interétnica de Desenvolvimento da Selva Peruana (Aidesep), Alberto Pizango, é clara: os povos indígenas amazônicos estão em estado de insurgência e só sairão depois que forem revogados os decretos de lei que violam seus direitos ancestrais. O clima na região segue tenso, com a presença constante de policiais. Ontem, as forças de segurança e lideranças fizeram um pacto para deter as agressões por parte dos policiais.
Há mais de um mês, os indígenas da região Amazônica do Peru iniciaram uma jornada de luta, com greve geral entre representantes da população nativa, que pede a revogação de projetos de leis que afetam diretamente suas vidas e seu território. As normas aprovadas pelo Governo Alan García facilitam para os empreendimentos mineiros e empresas petrolíferas na região.
Apesar de diálogos entre as partes, não há avanço nas negociações. No último dia 13, representantes de 20 organizações indígenas se reunião com os representantes do Ministério de Agricultura e Meio Ambiente.
O movimento indígena vem recebendo apoio de diversas organizações. A Associação Pró-Direitos Humanos (Aprodeh) expressou sua preocupação por conta da visível criminalização ao protesto dos povos amazônicos. E também criticou as normas aprovadas pelo governo que desrespeitam a integridade dos povos e não os reconhecem como cidadãos e cidadãs peruanos (as).
"Aprodeh considera que o Ministério de Energia e Minas e PeruPetro atuam como se estivessem num território desabitado. Vale salientar que o próprio presidente Alan García mostrou desprezo à população indígena amazônica, responsabilizando-os pela pobreza do Peru", afirma a nota de apoio.
A Rede contra a Criminalização do Protesto Social também se manifestou. "Respaldamos o legítimo direito à discrepância democrática e ao protesto social que vem realizando os povos indígenas amazônicos em defesa de seus direitos ao território, recursos naturais e exigimos ao governo que abra espaços de diálogo", afirma.
Em outro comunicado, enviado pelos Bispos da Amazônia (representando os Bispos da América Latina), se pede que o presidente revogue os dispositivos legais e contribua com a reformulação de seu conteúdo com a participação da população indígena.
"Gostaríamos de não apoiar a greve atual. Mas nos dá a impressão de que o Governo e o Congresso não mostram a intenção de dialogar e buscar soluções. E assim compreendemos o desespero das populações indígenas", afirma o comunicado.
Acrescenta que "podemos afirmar que não se atende o clamor das populações indígenas e ribeirinhas que desejam um desenvolvimento integral, desconhecendo o Estado o uso e ocupação dessas terras por gerações. Na prática não levou em consideração o direito dos povos amazônicos de serem ouvidos, como indica a Constituição Política do Estado".
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