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"Mas agora ele só tem o 19 de Abril..."

Muito se fala sobre o passado, especialmente sobre o extermínio dos índios norte-americanos. E o presente, e os índios brasileiros? Este vídeo de 3min e 43s apresenta uma visão forte sobre o assunto.

Essa é uma homenagem do Blog Povo Ameríndio a todos aqueles que são nativos das américas ou seus descendentes.

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domingo, 5 de outubro de 2008

Os Puris

Morei muitos anos na Zona da Mata de Minas Gerais (Brasil), onde muitas histórias sobre os Puris são contadas até os dias de hoje.

Os Puris foram um grupo indígena, atualmente considerado extinto, que habitava no século XIX os estados brasileiros do Espírito Santo, Rio de Janeiro e Sudeste de Minas Gerais. Foram também chamados coroados. Em sua homenagem, hoje posto um quadro de Debret que registra a existência daquela sociedade nas terras brasileiras.

Os Puris eram conhecidos como índios "mesquinhos pelo seu físico, mas célebres pelo seu espírito". Ricos em emoção, eram apaixonados e ciumentos. Conta-se, também, que "adotavam, temporariamente, a poligamia, consistindo a união conjugal em ser o pai da noiva brindado pelo pretendente, que a recebia como retribuição do seu presente". (Leoni Iório - http://br.geocities.com/leoni_iorio_valenca_div1/valenca_livro_aldeia_parte_4.htm)



Abaixo segue texto extraído da Wikipedia sobre os Puris. Nela observa-se que a concentração dos Puris era, principalmente, no estado do Rio de Janeiro e do Espírito Santo, bem como que - conforme o significado da palavra Puri em sua língua - era um povo pacífico, manso e tímido.

Em Ponte Nova, por exemplo, mais pacíficos, aproximaram-se dos colonizadores, sendo comum sua presença nas fazendas como agregados. Mesmo no primeiro quartel do século XIX mantinham aldeamentos próximos do povoado. Duas dessas aldeias situavam-se no local do atual Bairro do Pacheco e no alto do Morro do Pau D` alho, onde hoje se ergue o Colégio Dom Helvécio.

Cláudio Moreira Bento, escrevendo sobre as comemorações dos 200 anos de Resende, comenta o massacre dos índios puris pelos primeiros habitantes dos municípios que formaram a cidade. Apoia-se em fontes a que recorreu para escrever o ensaio «Os puris da vale do Paraíba fluminense e paulista», in Migrações do Vale do Paraíba, São José dos Campos: UNIVAP, 1994, que publicou os Anais do XII Simpósio de História do Vale do Paraíba, trabalho republicado pela Academia Itatiaiense de História (ACIDHIS), em Volta Redonda, 1995. Contesta nele as afirmações de Joaquim Norberto de Souza e Silva em sua Memória documentada das aldeias de índios da Província do Rio de Janeiro, no n. 14 da Revista do Instituto Histórico e Geográfico do Brasil, apresentado na sessão magna do Instituto em 1852.

Diz Joaquim Norberto que «O ousado Sargento–mor Joaquim Xavier Curado, depois general e Conde de Duas Barras, transportando-se aos campos infestados de Puris, formou um corpo (tropa militar) com seus moradores» (de Resende) e completa: «Ainda hoje (1852) se relata à tradição, as maiores atrocidades cometidas em vingança contra os atentados dos índios e acusa a peste das bexigas (varíola) levada ao seio das tabas puris como um meio eficaz de reduzi-los. O horror de tão negras cenas presenciaram os moradores do (rio) Paraíba, cuja torrente caudalosa arrastava quotidianamente os hediondos cadáveres das míseras vítimas.»

Joaquim Norberto se referiu genericamente à tradição, diz Cláudio Moreira Bento, sem apontar caso concreto a ser investigado em outras possíveis fontes. E tradição não se constitui fonte histórica, ainda mais quando fontes primárias , como o Relatório de passagem do governo do vice-rei D. Luís de Vasconcelos ao Conde de Resende, que menciona a pacificação de Resende pelo Capitão Curado, não autoriza a sua grave insinuação. O Relatório do vice-rei diz apenas que o capitão curado, que chama de valente oficial, « conseguiu afugentar os rebeldes fora do sertão (do Campo Alegre) circunvizinho, por ter recorrido aos meios só capazes de os aterrar.»

Alfredo Pretextado Maciel da Silva, em Generais do Exército Brasileiro, Rio de Janeiro, Imprensa Militar 1905 assim interpretou a missão do Capitão Curado: « No governo do vice-rei D. Luís de Vasconcelos e Sousa (1779-1790), partiu do Rio de Janeiro para por-se a testa dos moradores do sertão da Paraíba Nova, (...) com o fim de reprimir com o maior rigor, antes que fizessem mais prejudiciais, as irrupções que faziam nos referidos sertões (sertão do Campo Alegre) uma horda de índios bravios, assolando fazendas que saqueavam, atacando e matando a todos que infelizmente lhes caiam em mãos.». E adiante: «De modo que a maior parte dos fazendeiros que tinham seus estabelecimentos ao norte do rio (Paraíba), os abandonaram, por não serem suas forças capazes de se lhes fazer frente, o que permitia a esses índios passarem para o lado oposto do Paraíba, onde continuaram as suas hostilidades e depredações. Conseguiu o dito Xavier Curado salvar os fazendeiros e moradores sem nenhuma opressão e, restabeleceu a tranqüilidade de que estavam privados, com toda a prudência e moderação, empregando um corpo de tropas que formou de diversos moradores para as diligências que se fizessem necessárias, para rechaçar os que se tornaram indomáveis, o que o fez respeitado em diversas ocasiões e lugares em que se praticaram aquelas irrupções.

Assim, os puris teriam sido afugentados para fora do sertão circunvizinho (sertão do Campo Alegre, hoje Resende, Itatiaia, Porto Real, Quatis, Barra Mansa, Volta Redonda) donde não mais apareceram e congregou os dispersos que não duvidaram a formar uma nova aldeia no local que habitavam – o Minhocal, onde por longos anos se conservaram sob a ação inteligente do padre Henrique José de Carvalho (pároco de Resende por 22 anos de 1767 a 1789).

Em relatório do padre Francisco Chagas Lima, em 1801, fundador de Queluz, a mais fiel fonte sobre os puris do Campo Alegre, reproduzida pelo historiador Paulo Pereira Reis em Os Puris de Paicarée se diz: «Não se conhecia fato algum de um puri que haja matado um branco. Quando os brancos embrenhavam-se na mata para colher a planta medicinal poaia, ao encontrarem os puris estes se punham a correr, arriscando-se furtivamente a apanharem para seus usos as ferramentas dos brancos. O próprio nome puri significava na língua deles gente mansa ou tímida.»

A organização de uma força em Resende para afugentar índios bravios se deve certamente a incursões de índios botocudos vindos de Minas Gerais e que agrediam brancos e os próprios puris. O governador de São Paulo Diogo de Vasconcelos, em carta de 13 de outubro de 1775 descreveu os puris como «índios tímidos, medrosos e covardes, não havendo o que temer deles.

(http://pt.wikipedia.org/wiki/Puris)

3 comentários:

Tatiana Lütz disse...

É preciso bastante "sensibilidade" para escrever sobre um tema como esse. No dia-a-dia corrido e com tantas adveridades pelo caminho, acredito que essa seja uma forma de "fugir da realidade" e voltar às origens.
Obrigada por proporcionar aos leitores momentos como esse!

Caetano Mauro disse...

Essa é a Tati que eu conheço. Nunca deixa de ser verdadeira e seguir a ética em suas palavras.

Muito obrigado por sua participação, Tati. Continue postando no Blog Povo Ameríndio.

Orjana Adsathá disse...

muito interresante. Por ser de origem Puri adorei saber mais sobre a tribo que sou diretamente ligada.Tenho um contato muito forte com os animais e com a natureza e adorei,mesmo.tá de parabens!!!