Nesse mundo de críticas e de milhares de pontos de vista que se contradizem uns aos outros - o que evidencia, muitas vezes, a imaturidade de muitos e a maturidade de poucos -, seria normal que alguém questionasse se assinar Guarani Kaiowá é apenas um modismo ou uma identificação tupiniquim (no bom sentido) ou, mais, uma identificação de si mesmo com uma unidade ameríndia.
Dois pensamentos interessantes me levam a hipóteses sobre a decisão de assinar "Guarani Kaiowá", observem;
- "Venho de muito longe, mas não há longe em uma situação em que um povo está sujeito ao genocídio. Portanto, neste aspecto, eu também sou Guarani Kaiowá, sou brasileiro e estou sendo vítima do mesmo genocídio. Não posso ficar calado”.
(Mia Couto, escritor moçambicano, declarou em video, ao passar pelo Brasil)
Veja o vídeo: - "(...) Acreditamos, e depois desta viagem mais firmemente que antes, que a divisão da América em nacionalidades incertas e ilusórias é completamente fictícia. Constituímos uma só raça mestiça que desde o México até o estreito de Magalhães apresenta notáveis semelhanças etnográficas. Por isso, tentando livrar-me de toda carga de provincianismo estreito, brindo pelo Peru e pela América unida",
(Ernesto Che Guevara. Primeiras viagens. São Paulo: Página Aberta, 1996, p. 131)
Por mais que se considere que são declarações de pessoas polêmicas, é necessário evitar os prováveis calafrios ideológicos e entender o espírito de solidariedade e lealdade que os pensamentos pregam.
Uma excelente matéria sobre o assunto, bastante rica em depoimentos, inclusive, foi publicada pela jornalista da Época, Eliane Brum. Vale a pena ler e estudar: "Sobrenome Guarani Kaiowa".
Depois de ler, responda a si mesmo: "Sou um Guarani Kaiowá?"
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