Vídeo em destaque
Mensagem do Blog Povo Ameríndio para o Dia do Índio de 2009
"Mas agora ele só tem o 19 de Abril..."
Muito se fala sobre o passado, especialmente sobre o extermínio dos índios norte-americanos. E o presente, e os índios brasileiros? Este vídeo de 3min e 43s apresenta uma visão forte sobre o assunto.Essa é uma homenagem do Blog Povo Ameríndio a todos aqueles que são nativos das américas ou seus descendentes.
Se você está usando o Firefox e não consegue assistir ao vídeo, clique aqui, faça o download do plugin e instale.
domingo, 26 de outubro de 2008
Os Cherokees hoje
Por: Anna Orzech Kurahayashi
Durante séculos, índios Cherokee, como tantos outros, sofreram perseguição e abusos por parte do homem branco. Os "colonos americanos" matavam, roubavam suas terras e sequestravam seus filhos.
Hoje em dia, a tribo Cherokee enfrenta outro tipo de problema: pobreza, desemprego, alcoolismo, falta de saneamento básico, para citar alguns. Mas, diferentemente do que muitos poderiam pensar, a origem desses problemas não é somente a política do governo estadunidense. A situação é muito mais complexa e envolve o "governo" Cherokee (entre aspas e o porquê vem abaixo), especificamente, a diretoria da Cherokee Nation of Oklahoma (www.cherokee.org).
Esta organização foi criada em 1839 por um grupo de Índios Cherokee da região de Oklahoma (aqui vale a pena abrir um parênteses para explicar que na tradição secular da tribo Cherokee não existia conceito de governo soberano, poderoso e considerado representativo para todos os membros da tribo; existiam, sim, vários governos, mas o poder e tarefas cedidas a eles foram consideradas como privilégio e crédito de confiança - e em cada momento o povo podia retirar esses privilégios).
Foto: Cacique Chad Smith
Atualmente, a Cherokee Nation of Oklahoma tem um governo formado pelo cacique principal (Principal Chief), seu vice e o Conselho Tribal (Tribal Council), que conta com 17 membros eleitos para 4 anos. O cacique atual é Chadwick (Chad) "Corntassel" Smith - no cargo desde 1999. E é exatamente ele quem está sendo apontado como o responsável pela tragédia de uma das maiores nações indígenas da América do Norte. O seu governo é acusado de fraudes financeiras, desvio de dinheiro público, nepotismo e empreendimentos falidos.
Oficialmente, a Cherokee Nation Bussiness e a Cherokee Nation Enterprises recebem 300 milhões de dólares por ano em forma de subsídios do governo americano. Os casinos, lojas de conveniência, hotéis e outros empreendimentos trouxeram em 2007 lucro de 418 milhões de dólares. Disso, apenas 30 milhões foram destinados aos empregados. Surge a pergunta: o que aconteceu com os mais de 300 milhões?
A oposição, com John Cornsilk , da organização United Cherokee Nation (www.jalagi.org), apresenta uma longa lista de erros de Smith e seus apoiadores. Os dados são chocantes, dentre os quais, que a Cherokee Nation se destaca pela falta de qualidades empreendedoras. Segundo o jornal Muskogee Phoenix a tribo Cherokee pode ter perdido mais que 3.6 milhões de dólares na falida rede de internet Cherokee Connex. A Cherokee Nation Industries, por sua vez, investiu 2,5 milhões na compra de uma companhia - o dinheiro está perdido. Membro do Conselho Tribal, Cara Watts, usou 45.000 dólares para comprar um terreno para a construção de um prédio comunitário e ganhou mais de 100.000 dólares em subsídios. O resultado? O prédio está inacabado, vazio e não é acessível à sociedade. O próprio cacique, segundo a oposição, não hesitou em gastar 2 milhões de dólares na compra de um avião particular.
Ao mesmo tempo muitos dos Cherokees não têm rede de esgoto, água corrente ou instalação elétrica, e os que trabalham nos casinos ganham salários muito baixos. Ultimamente, Chief Smith negou a eles status de empregados federais (título que é garantia de vários privilégios), assim como vetou o projeto de construção de mais clínicas para o povo Cherokee. A Cherokee Nation of Oklahoma também recusa a fornecer serviço médico básico à população, apesar de receber recursos que permitiriam isso.
Foto: Contraste entre o casino milionario e a pobreza de uma cherokee tecelã
O líder da United Cherokee Nation, John Cornsilk , apresenta no seu site (www.cornsilks.com) as informações sobre práticas do governo de Smith. Foi ele também que em 2007 lançou uma petição on-line (www.ipetitions.com/petition/Stop-CNO/index.html) para tirar Smith do poder. Um dos argumentos é o fato de que este governo se autodenominou representante de todos os Cherokees, enquanto mais da metade deles vive fora das fronteiras da CNO e não têm nenhum direito aos benefícios.
A mais recente polêmica ligada a Smith envolve a questão de "freedmen" - mas isso já é tema para outro post!
Anna Orzech Kurahayashi
O Blog Povo Ameríndio quer apresentar uma nova colaboradora de valor: Anna Orzech Kurahayashi.
Anna Orzech é uma mulher comprometida com seus valores e que, dentre eles, possui uma forte consciência de que conhecer a história é fundamental para que a humanidade não cometa no futuro os mesmos erros do passado.
Não cabe, nesse momento, abrir o currículo de Anna Orzech, mas recomendar fortemente que nossos leitores se atenham aos seus posts, pois - como pode ser constatado em seu primeiro post nesse nosso Blog - seu conhecimento e facilidade de transcrevê-lo em palavras simples e próprias para o entendimento de todos, nos traz notícias importantes sobre a existência do Povo Ameríndio. Comecemos, assim, lendo o excelente relado "Os Cherokees Hoje", no post a seguir.
Anna, que bom que você está participando de nosso Blog. Muito Obrigado.
Caetano Mauro
segunda-feira, 13 de outubro de 2008
Uma prece Cherokee
Uma das melodias mais conhecidas dos norte-americanos, cantada até os dias de hoje, é a prece Cherokee "Deus está falando com você". Certamente o leitor já deve ter ouvido essa melodia anteriormente. Assim, transcrevemos, abaixo, a tradução daquela prece indígena, cantada na língua Cherokee, cuja tradução e adaptação encontra-se no Livro by San Etioy (http://www.lyndha.com/hxamas/cherokee.htm).
Deus está falando com você"
Um homem sussurrou: Deus fale comigo! E um rouxinol começou a cantar, mas o homem não ouviu.
Então o homem repetiu: Deus fale comigo! E um trovão ecoou nos céus, mas o homem foi incapaz de ouvir.
O Homem olhou em volta e disse: Deus deixe-me vê-lo! E uma estrela brilhou no céu, mas o homem não a notou.
O homem começou a gritar: Deus mostre-me um milagre! E uma criança nasceu, mas o homem não sentiu o pulsar da vida.
Então o homem começou a chorar e a se desesperar: Deus toque-me e deixe-me sentir que você está aqui comigo!... E uma borboleta pousou suavemente em seu ombro. O homem espantou a borboleta com a mão e desiludido continuou o seu caminho triste, sozinho e com medo.
Deus está falando com você"
Um homem sussurrou: Deus fale comigo! E um rouxinol começou a cantar, mas o homem não ouviu.
Então o homem repetiu: Deus fale comigo! E um trovão ecoou nos céus, mas o homem foi incapaz de ouvir.
O Homem olhou em volta e disse: Deus deixe-me vê-lo! E uma estrela brilhou no céu, mas o homem não a notou.
O homem começou a gritar: Deus mostre-me um milagre! E uma criança nasceu, mas o homem não sentiu o pulsar da vida.
Então o homem começou a chorar e a se desesperar: Deus toque-me e deixe-me sentir que você está aqui comigo!... E uma borboleta pousou suavemente em seu ombro. O homem espantou a borboleta com a mão e desiludido continuou o seu caminho triste, sozinho e com medo.
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Tribos Famosas - Cherokee
Texto transcrito da Wikipedia:
"As nações e grupos cherokee reconhecidos pelo governo dos EUA representam 250 mil pessoas com sede em Tahlequah, Oklahoma, são a Nação Cherokee (Cherokee Nation) e o Grupo Unido Keetoowah dos Índios Cherokee (United Keetoowah Band of Cherokee Indians) e, baseados na cidade de Cherokee, na Carolina do Norte, o Grupo Oriental dos Índios Cherokee (Eastern Band of Cherokee Indians). Também há tribos reconhecidas em nível estadual na Geórgia, no Missouri e no Alabama. Outros grupos relevantes e não-reconhecidos existem no Arkansas, no Missouri, no Tennessee e em outros estados dos EUA.
A grafia "Cherokee" em inglês, acredita-se, é devida à derivação do nome do idioma em sua própria língua, Tsalagi, por meio de uma transposição fonética em Português] (ou, mais especificamente, no dialeto barranquenho, já que o explorador Fernando de Soto era da Extremadura). De Soto teria chamado os tsalagi de "chalaque", que pelo francês derivou em cheraqui, e depois em cherokee. Retornando ao português, o nome do povo e do idioma passou a ser cherokee (com tônica na última sílaba), embora esta grafia às vezes seja incorretamente ignorada e trocada pela versão em inglês.
A língua cherokee não contém o som "r". Assim, a palavra "cherokee" quando pronunciada no idioma original é dita Tsa-la-gi (também pronuncida Jah-la-gee ou Cha-la-gee) pelos nativos, já que estes sons se parecem mais com "Cherokee" na língua original. Um grupo sulista dos cherokees, no entanto, passou a falar um dialeto local com um som de "r" trilado após o contato com os europeus, tanto franceses quanto espanhóis, no início do século XVIII."
Idioma e alfabeto
Os cherokees falam um idioma da família iroquois que é uma língua polissíndeta escrita com um silabário (alfabeto em que cada símbolo representa uma sílaba inteira, não um único fonema) inventado pelo líder indígena Sequoyah. Acredita-se atualmente que já havia antes um silabário ancestral que teria inspirado Sequoyah a criar o sistema.
Durante anos, várias pessoas escreviam na Internet palavras cherokee transliteradas ou usavam fontes intercompatíveis improvisadas para escrever o silabário. Entretanto, recentemente os caracteres cherokees foram incluídos no sistema Unicode, o que permitiu ao idioma cherokee viver um renascimento linguístico e ter o seu uso ampliado.
História
A Nação Cherokee foi unificada a partir de uma sociedade interrelacionada de cidades-estado no início do século XVIII sob o "Imperador" Moytoy, com a ajuda não-oficial de um emissário inglês, Sir Alexander Cumming. Em 1730, o Chefe Moytoy de Tellico foi designado "Imperador" pelos caciques das maiores aldeias cherokees. Moytoy também concordou em reconhecer o rei da Inglaterra, Jorge II, como protector do povo cherokee. Uma década antes deste tratado, os cherokee tinham combatido o governo da colónia da Carolina do Sul durante vários anos. O título de Imperador Cherokee, entretanto, não implicava tanto poder sobre os cherokee, e o título acabou se perdendo da linhagem direta de Moytoy.
Na época da Guerra de Independência dos EUA (1776-1783), disputas quanto à acomodação de colonos brancos nas terras indígenas, em sucessivas violações de acordos anteriores, levaram vários cherokee a abandonar seu território original. Estes primeiros dissidentes se mudaram para o outro lado do Rio Mississípi, para áreas que depois seriam os estados ianques do Arkansas e do Missouri. Por volta do ano 1800, seus assentamentos estavam estabelecidos nas bacias dos rios St. Francis e White. Mais tarde, havia tantos cherokees nestas áreas que o governos dos EUA acabou estabelecendo uma Reserva Indígena Cherokee no Arkansas, do norte do rio Arkansas até a margem sul do rio White. Vários destes índios removidos ficaram conhecidos como a tribo Chickamauga. Liderados pelo cacique Canoa Arrastada, os chickamauga se aliaram com os shawnee e fizeram ataques contra colónias dos brancos. Outros líderes cherokee que viveram no Arkansas foram Sequoyah, Sapo Fresco e O Holandês.
Curiosidades
A Wikipedia indica, ainda, algumas celebridades norte-americanas que são descendentes dos Cherokee:
* Scott Stapp, cantor
* Rita Coolidge, cantora
* Johnny Depp, actor
* John Nance Garner, deputado pelo Texas e trigésimo-segundo vice-presidente dos EUA
* Chuck Norris, actor
* John Phillips, vocalista do The Mamas & the Papas
* Will Rogers, humorista
* Nokie Edwards, guitarrista norte-americano do The Ventures
* Jimmy Hendrix, guitarrista norte-americano
* Cher, cantora
"As nações e grupos cherokee reconhecidos pelo governo dos EUA representam 250 mil pessoas com sede em Tahlequah, Oklahoma, são a Nação Cherokee (Cherokee Nation) e o Grupo Unido Keetoowah dos Índios Cherokee (United Keetoowah Band of Cherokee Indians) e, baseados na cidade de Cherokee, na Carolina do Norte, o Grupo Oriental dos Índios Cherokee (Eastern Band of Cherokee Indians). Também há tribos reconhecidas em nível estadual na Geórgia, no Missouri e no Alabama. Outros grupos relevantes e não-reconhecidos existem no Arkansas, no Missouri, no Tennessee e em outros estados dos EUA.
A grafia "Cherokee" em inglês, acredita-se, é devida à derivação do nome do idioma em sua própria língua, Tsalagi, por meio de uma transposição fonética em Português] (ou, mais especificamente, no dialeto barranquenho, já que o explorador Fernando de Soto era da Extremadura). De Soto teria chamado os tsalagi de "chalaque", que pelo francês derivou em cheraqui, e depois em cherokee. Retornando ao português, o nome do povo e do idioma passou a ser cherokee (com tônica na última sílaba), embora esta grafia às vezes seja incorretamente ignorada e trocada pela versão em inglês.
A língua cherokee não contém o som "r". Assim, a palavra "cherokee" quando pronunciada no idioma original é dita Tsa-la-gi (também pronuncida Jah-la-gee ou Cha-la-gee) pelos nativos, já que estes sons se parecem mais com "Cherokee" na língua original. Um grupo sulista dos cherokees, no entanto, passou a falar um dialeto local com um som de "r" trilado após o contato com os europeus, tanto franceses quanto espanhóis, no início do século XVIII."
Idioma e alfabeto
Os cherokees falam um idioma da família iroquois que é uma língua polissíndeta escrita com um silabário (alfabeto em que cada símbolo representa uma sílaba inteira, não um único fonema) inventado pelo líder indígena Sequoyah. Acredita-se atualmente que já havia antes um silabário ancestral que teria inspirado Sequoyah a criar o sistema.
Durante anos, várias pessoas escreviam na Internet palavras cherokee transliteradas ou usavam fontes intercompatíveis improvisadas para escrever o silabário. Entretanto, recentemente os caracteres cherokees foram incluídos no sistema Unicode, o que permitiu ao idioma cherokee viver um renascimento linguístico e ter o seu uso ampliado.
História
A Nação Cherokee foi unificada a partir de uma sociedade interrelacionada de cidades-estado no início do século XVIII sob o "Imperador" Moytoy, com a ajuda não-oficial de um emissário inglês, Sir Alexander Cumming. Em 1730, o Chefe Moytoy de Tellico foi designado "Imperador" pelos caciques das maiores aldeias cherokees. Moytoy também concordou em reconhecer o rei da Inglaterra, Jorge II, como protector do povo cherokee. Uma década antes deste tratado, os cherokee tinham combatido o governo da colónia da Carolina do Sul durante vários anos. O título de Imperador Cherokee, entretanto, não implicava tanto poder sobre os cherokee, e o título acabou se perdendo da linhagem direta de Moytoy.
Na época da Guerra de Independência dos EUA (1776-1783), disputas quanto à acomodação de colonos brancos nas terras indígenas, em sucessivas violações de acordos anteriores, levaram vários cherokee a abandonar seu território original. Estes primeiros dissidentes se mudaram para o outro lado do Rio Mississípi, para áreas que depois seriam os estados ianques do Arkansas e do Missouri. Por volta do ano 1800, seus assentamentos estavam estabelecidos nas bacias dos rios St. Francis e White. Mais tarde, havia tantos cherokees nestas áreas que o governos dos EUA acabou estabelecendo uma Reserva Indígena Cherokee no Arkansas, do norte do rio Arkansas até a margem sul do rio White. Vários destes índios removidos ficaram conhecidos como a tribo Chickamauga. Liderados pelo cacique Canoa Arrastada, os chickamauga se aliaram com os shawnee e fizeram ataques contra colónias dos brancos. Outros líderes cherokee que viveram no Arkansas foram Sequoyah, Sapo Fresco e O Holandês.
Curiosidades
A Wikipedia indica, ainda, algumas celebridades norte-americanas que são descendentes dos Cherokee:
* Scott Stapp, cantor
* Rita Coolidge, cantora
* Johnny Depp, actor
* John Nance Garner, deputado pelo Texas e trigésimo-segundo vice-presidente dos EUA
* Chuck Norris, actor
* John Phillips, vocalista do The Mamas & the Papas
* Will Rogers, humorista
* Nokie Edwards, guitarrista norte-americano do The Ventures
* Jimmy Hendrix, guitarrista norte-americano
* Cher, cantora
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Os Mandamentos Cherokee
Fonte: http://www.lyndha.com/hxamas/cherokee.htm/cherokee.wav
Trate a Terra e tudo o que nela habita com respeito
(Treat The Earth And All That Dwells thereon With Respect)
Mantenha-se próximo ao Grande Espírito
(Remain Close To The Great Spirit)
Mostre grande respeito por todos os seres
(Show Great Respect For all Beings)
Trabalhem juntos pelo benefício da Raça Humana
(Work Together For The Benefit Of All Mankind)
Faça o que Você sabe que é certo
(Do What You Know Is Right)
Cuide do bem estar da mente e do corpo
(Look After The Well-being Of Mind And Body)
Dedique uma parte de seus esforços para o Bem Maior
(Dedicate A Share Of Your Efforts To The Greater Good)
Seja sempre verdadeiro e honesto
(Be Truthful And Honest At All Times)
Assuma total responsabilidade por seus atos.
(Take Full Responsibility For Your Actions)
Trate a Terra e tudo o que nela habita com respeito
(Treat The Earth And All That Dwells thereon With Respect)
Mantenha-se próximo ao Grande Espírito
(Remain Close To The Great Spirit)
Mostre grande respeito por todos os seres
(Show Great Respect For all Beings)
Trabalhem juntos pelo benefício da Raça Humana
(Work Together For The Benefit Of All Mankind)
Faça o que Você sabe que é certo
(Do What You Know Is Right)
Cuide do bem estar da mente e do corpo
(Look After The Well-being Of Mind And Body)
Dedique uma parte de seus esforços para o Bem Maior
(Dedicate A Share Of Your Efforts To The Greater Good)
Seja sempre verdadeiro e honesto
(Be Truthful And Honest At All Times)
Assuma total responsabilidade por seus atos.
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domingo, 5 de outubro de 2008
Mayuta: o Pajé Kalapalo e seu conhecimento xamã
É interessante saber que quem se habilita a ser um pajé precisa ficar recluso seis anos, sem sexo, dentro de uma oca onde a luz do sol raramente entra. Mas isso nos faz pensar no choque cultural entre a sabedoria indígena e o dinamismo da "sociedade da informação", onde - nessa última - a importância da informação é direcionada à guerra hipercompetitiva de mercados que visam a produção para satisfazer as necessidades (desejos?) de um mercado consumista e arrogante - mesmo que não tenhamos nos dado conta disso.
Élon Brasil é um artista plástico brasileiro, auto-didata, de excelente formação cultural e consciente de seu papel de cidadão-formador-de-opinião. Sua obra é composta por imagens da terra: índios, negros e caboclos, cercados por textura e cores marcantes. Sua temática busca ressaltar e preservar a cultura brasileira e suas próprias raízes.
Lendo o livro "Élon Brasil e as nossas raízes encantadas" (EDITORA TERCEIRO NOME) - e admirando suas belas artes - encantei-me também pela passagem em que Élon conta em seu depoimento a Damásio Contreras um ritual de "pajelança" na aldeia Kalapalo (Sul do Parque Indígena do Xingu). Segue a transcrição:
"Havia uma índia passando mal, cuspindo sangue. Moléstia chamada, na região, de "doença de índio", como se fosse tuberculose. O sangue vinha em golfadas, a índia gemia sem parar. Os próprios índios diziam: ela vai morrer. Disso, Élon não tinha a menor dúvida.
Mayuta se fez acompanhar de outros dois pajés. Em geral, a "equipe médica" é composta de três, chefiada pelo pajé principal. Conversando com os outros pajés, Mayuta determinou a estratégia da abordagem terapêutica. Os pajés cantavam baixinho, algo como um mantra; Mayuta pegou aquele seu cigarro longo e largo, acendeu-o, e ficou soprando os tragtos no peito da índia doente.
Depois, mandou-a abrir a boca e jogou a fumaça dentro. Tudo acompanhado de frases inacessíveis ao conhecimento de Élon. O cigarro era feito da mesma folha que o artista havia conhecido, nos fins de tarde ao lado do xamã.
A sessão toda durou cerca de doze horas. Iniciou-se em um começo de noite, atravessou a madrugada e viu o dia raiar. O contato com a doente, a fumaça no peito e dentro da boca, levou pouco tempo, apenas três horas, mas os curandeiros ficaram ali, como que rezando pela índia adormecida.
Logo cedo, a moça levantou, como se não tivesse acontecido nada. Pegou um filho, pôs no colo e andou pela aldeia, pra lá e pra cá. Chegou a se dirigir ao artista plástico, provavelmente porque o viu na longa sessão de tratamento, falou alguma coisa para ele, que não entendeu.
Diante desse acontecimento, Élon percebeu, muito nitidamente, o quanto nos afastamos da nossa essência. Convenceu-se de que a arrogância transforma nossos átomos, por mais humanistas que imaginemos ser. Em uma cidade grande, estamos cercados de Mal por todos os lados. De repente, é preciso que um espiritualista das selvas, um Mayuta, venha nos ensinar que a natureza pode muito. Quase tudo."
(Brasil, Elon. Elon Brasil: e as nossas raízes encantadas / depoimentos a Damásio Contreras; [tradução para o inglês Juliana Spink]. São Paulo: Editora Terceiro Nome, 2008)
Élon Brasil é um artista plástico brasileiro, auto-didata, de excelente formação cultural e consciente de seu papel de cidadão-formador-de-opinião. Sua obra é composta por imagens da terra: índios, negros e caboclos, cercados por textura e cores marcantes. Sua temática busca ressaltar e preservar a cultura brasileira e suas próprias raízes.
Élon Brasil - Menina Kalapalo
Lendo o livro "Élon Brasil e as nossas raízes encantadas" (EDITORA TERCEIRO NOME) - e admirando suas belas artes - encantei-me também pela passagem em que Élon conta em seu depoimento a Damásio Contreras um ritual de "pajelança" na aldeia Kalapalo (Sul do Parque Indígena do Xingu). Segue a transcrição:
"Havia uma índia passando mal, cuspindo sangue. Moléstia chamada, na região, de "doença de índio", como se fosse tuberculose. O sangue vinha em golfadas, a índia gemia sem parar. Os próprios índios diziam: ela vai morrer. Disso, Élon não tinha a menor dúvida.
Mayuta se fez acompanhar de outros dois pajés. Em geral, a "equipe médica" é composta de três, chefiada pelo pajé principal. Conversando com os outros pajés, Mayuta determinou a estratégia da abordagem terapêutica. Os pajés cantavam baixinho, algo como um mantra; Mayuta pegou aquele seu cigarro longo e largo, acendeu-o, e ficou soprando os tragtos no peito da índia doente.
Depois, mandou-a abrir a boca e jogou a fumaça dentro. Tudo acompanhado de frases inacessíveis ao conhecimento de Élon. O cigarro era feito da mesma folha que o artista havia conhecido, nos fins de tarde ao lado do xamã.
A sessão toda durou cerca de doze horas. Iniciou-se em um começo de noite, atravessou a madrugada e viu o dia raiar. O contato com a doente, a fumaça no peito e dentro da boca, levou pouco tempo, apenas três horas, mas os curandeiros ficaram ali, como que rezando pela índia adormecida.
Logo cedo, a moça levantou, como se não tivesse acontecido nada. Pegou um filho, pôs no colo e andou pela aldeia, pra lá e pra cá. Chegou a se dirigir ao artista plástico, provavelmente porque o viu na longa sessão de tratamento, falou alguma coisa para ele, que não entendeu.
Diante desse acontecimento, Élon percebeu, muito nitidamente, o quanto nos afastamos da nossa essência. Convenceu-se de que a arrogância transforma nossos átomos, por mais humanistas que imaginemos ser. Em uma cidade grande, estamos cercados de Mal por todos os lados. De repente, é preciso que um espiritualista das selvas, um Mayuta, venha nos ensinar que a natureza pode muito. Quase tudo."
(Brasil, Elon. Elon Brasil: e as nossas raízes encantadas / depoimentos a Damásio Contreras; [tradução para o inglês Juliana Spink]. São Paulo: Editora Terceiro Nome, 2008)
Os Puris
Morei muitos anos na Zona da Mata de Minas Gerais (Brasil), onde muitas histórias sobre os Puris são contadas até os dias de hoje.
Os Puris foram um grupo indígena, atualmente considerado extinto, que habitava no século XIX os estados brasileiros do Espírito Santo, Rio de Janeiro e Sudeste de Minas Gerais. Foram também chamados coroados. Em sua homenagem, hoje posto um quadro de Debret que registra a existência daquela sociedade nas terras brasileiras.
Os Puris eram conhecidos como índios "mesquinhos pelo seu físico, mas célebres pelo seu espírito". Ricos em emoção, eram apaixonados e ciumentos. Conta-se, também, que "adotavam, temporariamente, a poligamia, consistindo a união conjugal em ser o pai da noiva brindado pelo pretendente, que a recebia como retribuição do seu presente". (Leoni Iório - http://br.geocities.com/leoni_iorio_valenca_div1/valenca_livro_aldeia_parte_4.htm)
Abaixo segue texto extraído da Wikipedia sobre os Puris. Nela observa-se que a concentração dos Puris era, principalmente, no estado do Rio de Janeiro e do Espírito Santo, bem como que - conforme o significado da palavra Puri em sua língua - era um povo pacífico, manso e tímido.
Em Ponte Nova, por exemplo, mais pacíficos, aproximaram-se dos colonizadores, sendo comum sua presença nas fazendas como agregados. Mesmo no primeiro quartel do século XIX mantinham aldeamentos próximos do povoado. Duas dessas aldeias situavam-se no local do atual Bairro do Pacheco e no alto do Morro do Pau D` alho, onde hoje se ergue o Colégio Dom Helvécio.
Cláudio Moreira Bento, escrevendo sobre as comemorações dos 200 anos de Resende, comenta o massacre dos índios puris pelos primeiros habitantes dos municípios que formaram a cidade. Apoia-se em fontes a que recorreu para escrever o ensaio «Os puris da vale do Paraíba fluminense e paulista», in Migrações do Vale do Paraíba, São José dos Campos: UNIVAP, 1994, que publicou os Anais do XII Simpósio de História do Vale do Paraíba, trabalho republicado pela Academia Itatiaiense de História (ACIDHIS), em Volta Redonda, 1995. Contesta nele as afirmações de Joaquim Norberto de Souza e Silva em sua Memória documentada das aldeias de índios da Província do Rio de Janeiro, no n. 14 da Revista do Instituto Histórico e Geográfico do Brasil, apresentado na sessão magna do Instituto em 1852.
Diz Joaquim Norberto que «O ousado Sargento–mor Joaquim Xavier Curado, depois general e Conde de Duas Barras, transportando-se aos campos infestados de Puris, formou um corpo (tropa militar) com seus moradores» (de Resende) e completa: «Ainda hoje (1852) se relata à tradição, as maiores atrocidades cometidas em vingança contra os atentados dos índios e acusa a peste das bexigas (varíola) levada ao seio das tabas puris como um meio eficaz de reduzi-los. O horror de tão negras cenas presenciaram os moradores do (rio) Paraíba, cuja torrente caudalosa arrastava quotidianamente os hediondos cadáveres das míseras vítimas.»
Joaquim Norberto se referiu genericamente à tradição, diz Cláudio Moreira Bento, sem apontar caso concreto a ser investigado em outras possíveis fontes. E tradição não se constitui fonte histórica, ainda mais quando fontes primárias , como o Relatório de passagem do governo do vice-rei D. Luís de Vasconcelos ao Conde de Resende, que menciona a pacificação de Resende pelo Capitão Curado, não autoriza a sua grave insinuação. O Relatório do vice-rei diz apenas que o capitão curado, que chama de valente oficial, « conseguiu afugentar os rebeldes fora do sertão (do Campo Alegre) circunvizinho, por ter recorrido aos meios só capazes de os aterrar.»
Alfredo Pretextado Maciel da Silva, em Generais do Exército Brasileiro, Rio de Janeiro, Imprensa Militar 1905 assim interpretou a missão do Capitão Curado: « No governo do vice-rei D. Luís de Vasconcelos e Sousa (1779-1790), partiu do Rio de Janeiro para por-se a testa dos moradores do sertão da Paraíba Nova, (...) com o fim de reprimir com o maior rigor, antes que fizessem mais prejudiciais, as irrupções que faziam nos referidos sertões (sertão do Campo Alegre) uma horda de índios bravios, assolando fazendas que saqueavam, atacando e matando a todos que infelizmente lhes caiam em mãos.». E adiante: «De modo que a maior parte dos fazendeiros que tinham seus estabelecimentos ao norte do rio (Paraíba), os abandonaram, por não serem suas forças capazes de se lhes fazer frente, o que permitia a esses índios passarem para o lado oposto do Paraíba, onde continuaram as suas hostilidades e depredações. Conseguiu o dito Xavier Curado salvar os fazendeiros e moradores sem nenhuma opressão e, restabeleceu a tranqüilidade de que estavam privados, com toda a prudência e moderação, empregando um corpo de tropas que formou de diversos moradores para as diligências que se fizessem necessárias, para rechaçar os que se tornaram indomáveis, o que o fez respeitado em diversas ocasiões e lugares em que se praticaram aquelas irrupções.
Assim, os puris teriam sido afugentados para fora do sertão circunvizinho (sertão do Campo Alegre, hoje Resende, Itatiaia, Porto Real, Quatis, Barra Mansa, Volta Redonda) donde não mais apareceram e congregou os dispersos que não duvidaram a formar uma nova aldeia no local que habitavam – o Minhocal, onde por longos anos se conservaram sob a ação inteligente do padre Henrique José de Carvalho (pároco de Resende por 22 anos de 1767 a 1789).
Em relatório do padre Francisco Chagas Lima, em 1801, fundador de Queluz, a mais fiel fonte sobre os puris do Campo Alegre, reproduzida pelo historiador Paulo Pereira Reis em Os Puris de Paicarée se diz: «Não se conhecia fato algum de um puri que haja matado um branco. Quando os brancos embrenhavam-se na mata para colher a planta medicinal poaia, ao encontrarem os puris estes se punham a correr, arriscando-se furtivamente a apanharem para seus usos as ferramentas dos brancos. O próprio nome puri significava na língua deles gente mansa ou tímida.»
A organização de uma força em Resende para afugentar índios bravios se deve certamente a incursões de índios botocudos vindos de Minas Gerais e que agrediam brancos e os próprios puris. O governador de São Paulo Diogo de Vasconcelos, em carta de 13 de outubro de 1775 descreveu os puris como «índios tímidos, medrosos e covardes, não havendo o que temer deles.
(http://pt.wikipedia.org/wiki/Puris)
Os Puris foram um grupo indígena, atualmente considerado extinto, que habitava no século XIX os estados brasileiros do Espírito Santo, Rio de Janeiro e Sudeste de Minas Gerais. Foram também chamados coroados. Em sua homenagem, hoje posto um quadro de Debret que registra a existência daquela sociedade nas terras brasileiras.
Os Puris eram conhecidos como índios "mesquinhos pelo seu físico, mas célebres pelo seu espírito". Ricos em emoção, eram apaixonados e ciumentos. Conta-se, também, que "adotavam, temporariamente, a poligamia, consistindo a união conjugal em ser o pai da noiva brindado pelo pretendente, que a recebia como retribuição do seu presente". (Leoni Iório - http://br.geocities.com/leoni_iorio_valenca_div1/valenca_livro_aldeia_parte_4.htm)
Abaixo segue texto extraído da Wikipedia sobre os Puris. Nela observa-se que a concentração dos Puris era, principalmente, no estado do Rio de Janeiro e do Espírito Santo, bem como que - conforme o significado da palavra Puri em sua língua - era um povo pacífico, manso e tímido.
Em Ponte Nova, por exemplo, mais pacíficos, aproximaram-se dos colonizadores, sendo comum sua presença nas fazendas como agregados. Mesmo no primeiro quartel do século XIX mantinham aldeamentos próximos do povoado. Duas dessas aldeias situavam-se no local do atual Bairro do Pacheco e no alto do Morro do Pau D` alho, onde hoje se ergue o Colégio Dom Helvécio.
Cláudio Moreira Bento, escrevendo sobre as comemorações dos 200 anos de Resende, comenta o massacre dos índios puris pelos primeiros habitantes dos municípios que formaram a cidade. Apoia-se em fontes a que recorreu para escrever o ensaio «Os puris da vale do Paraíba fluminense e paulista», in Migrações do Vale do Paraíba, São José dos Campos: UNIVAP, 1994, que publicou os Anais do XII Simpósio de História do Vale do Paraíba, trabalho republicado pela Academia Itatiaiense de História (ACIDHIS), em Volta Redonda, 1995. Contesta nele as afirmações de Joaquim Norberto de Souza e Silva em sua Memória documentada das aldeias de índios da Província do Rio de Janeiro, no n. 14 da Revista do Instituto Histórico e Geográfico do Brasil, apresentado na sessão magna do Instituto em 1852.
Diz Joaquim Norberto que «O ousado Sargento–mor Joaquim Xavier Curado, depois general e Conde de Duas Barras, transportando-se aos campos infestados de Puris, formou um corpo (tropa militar) com seus moradores» (de Resende) e completa: «Ainda hoje (1852) se relata à tradição, as maiores atrocidades cometidas em vingança contra os atentados dos índios e acusa a peste das bexigas (varíola) levada ao seio das tabas puris como um meio eficaz de reduzi-los. O horror de tão negras cenas presenciaram os moradores do (rio) Paraíba, cuja torrente caudalosa arrastava quotidianamente os hediondos cadáveres das míseras vítimas.»
Joaquim Norberto se referiu genericamente à tradição, diz Cláudio Moreira Bento, sem apontar caso concreto a ser investigado em outras possíveis fontes. E tradição não se constitui fonte histórica, ainda mais quando fontes primárias , como o Relatório de passagem do governo do vice-rei D. Luís de Vasconcelos ao Conde de Resende, que menciona a pacificação de Resende pelo Capitão Curado, não autoriza a sua grave insinuação. O Relatório do vice-rei diz apenas que o capitão curado, que chama de valente oficial, « conseguiu afugentar os rebeldes fora do sertão (do Campo Alegre) circunvizinho, por ter recorrido aos meios só capazes de os aterrar.»
Alfredo Pretextado Maciel da Silva, em Generais do Exército Brasileiro, Rio de Janeiro, Imprensa Militar 1905 assim interpretou a missão do Capitão Curado: « No governo do vice-rei D. Luís de Vasconcelos e Sousa (1779-1790), partiu do Rio de Janeiro para por-se a testa dos moradores do sertão da Paraíba Nova, (...) com o fim de reprimir com o maior rigor, antes que fizessem mais prejudiciais, as irrupções que faziam nos referidos sertões (sertão do Campo Alegre) uma horda de índios bravios, assolando fazendas que saqueavam, atacando e matando a todos que infelizmente lhes caiam em mãos.». E adiante: «De modo que a maior parte dos fazendeiros que tinham seus estabelecimentos ao norte do rio (Paraíba), os abandonaram, por não serem suas forças capazes de se lhes fazer frente, o que permitia a esses índios passarem para o lado oposto do Paraíba, onde continuaram as suas hostilidades e depredações. Conseguiu o dito Xavier Curado salvar os fazendeiros e moradores sem nenhuma opressão e, restabeleceu a tranqüilidade de que estavam privados, com toda a prudência e moderação, empregando um corpo de tropas que formou de diversos moradores para as diligências que se fizessem necessárias, para rechaçar os que se tornaram indomáveis, o que o fez respeitado em diversas ocasiões e lugares em que se praticaram aquelas irrupções.
Assim, os puris teriam sido afugentados para fora do sertão circunvizinho (sertão do Campo Alegre, hoje Resende, Itatiaia, Porto Real, Quatis, Barra Mansa, Volta Redonda) donde não mais apareceram e congregou os dispersos que não duvidaram a formar uma nova aldeia no local que habitavam – o Minhocal, onde por longos anos se conservaram sob a ação inteligente do padre Henrique José de Carvalho (pároco de Resende por 22 anos de 1767 a 1789).
Em relatório do padre Francisco Chagas Lima, em 1801, fundador de Queluz, a mais fiel fonte sobre os puris do Campo Alegre, reproduzida pelo historiador Paulo Pereira Reis em Os Puris de Paicarée se diz: «Não se conhecia fato algum de um puri que haja matado um branco. Quando os brancos embrenhavam-se na mata para colher a planta medicinal poaia, ao encontrarem os puris estes se punham a correr, arriscando-se furtivamente a apanharem para seus usos as ferramentas dos brancos. O próprio nome puri significava na língua deles gente mansa ou tímida.»
A organização de uma força em Resende para afugentar índios bravios se deve certamente a incursões de índios botocudos vindos de Minas Gerais e que agrediam brancos e os próprios puris. O governador de São Paulo Diogo de Vasconcelos, em carta de 13 de outubro de 1775 descreveu os puris como «índios tímidos, medrosos e covardes, não havendo o que temer deles.
(http://pt.wikipedia.org/wiki/Puris)
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