Vídeo em destaque

Mensagem do Blog Povo Ameríndio para o Dia do Índio de 2009

PARA VER OS VIDEOS, CLIQUE AQUI

Download de plug-in para Firefox

FECHAR

"Mas agora ele só tem o 19 de Abril..."

Muito se fala sobre o passado, especialmente sobre o extermínio dos índios norte-americanos. E o presente, e os índios brasileiros? Este vídeo de 3min e 43s apresenta uma visão forte sobre o assunto.

Essa é uma homenagem do Blog Povo Ameríndio a todos aqueles que são nativos das américas ou seus descendentes.

Se você está usando o Firefox e não consegue assistir ao vídeo, clique aqui, faça o download do plugin e instale.


quarta-feira, 31 de outubro de 2012

Suspensa liminar que determinava retirada dos guaranis kaiowás de fazenda em Mato Grosso do Sul

FONTE: Agência Brasil - Empresa Brasil de Comunicação

Foi suspensa hoje (30) a liminar que determinava a retirada do acampamento dos índios guaranis kaiowás da Fazenda Cambará, em Mato Grosso do Sul. O anúncio foi feito pelo Ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, durante reunião com líderes indígenas na Secretaria de Direitos Humanos da Presidência da República (SDH). De acordo com a decisão da Justiça, os cerca de 170 índios que vivem no acampamento devem permanecer no local até que a demarcação de suas terras seja definida.

Ler mais...

terça-feira, 23 de outubro de 2012

Grito dos Guarani-Kaiowá: Socorro Presidente Dilma!

O fim do Código Florestal (Via SOS MATA ATLÂNTICA)



A expectativa dos brasileiros de se ter um Código Florestal equilibrado e capaz de proteger o meio ambiente e a vida acabou no fim da tarde da última quarta-feira (17), quando foram pronunciados apenas nove vetos presidenciais à Medida Provisória 571/12 (que tramitou no Congresso para complementar o Código). Pela nova lei, os grandes desmatadores são anistiados e liberados de recompor a área. Além disso, as matas ciliares, reservas legais, topos de morro, encostas e mangues estão desprotegidos e ameaçados em benefício dos grandes proprietários rurais, entre outros problemas. Para André Lima, consultor jurídico da Fundação SOS Mata Atlântica, apesar dos vetos da presidente Dilma Rousseff, “o resultado foi negativo”. “Enquanto o Congresso deu três passos em favor dos ruralistas, a presidenta Dilma deu um passo no sentido da proteção ambiental”, comentou. A Fundação SOS Mata Atlântica lamentou em nota o desmonte dessa importante lei, mas reforçou que vai acompanhar a regulamentação e implementação da lei, para minimizar as consequências negativas do que foi aprovado. Leia maisLeia mais..

Patrimônio ameaçado: Jureia está em risco

Fonte: SOS Mata Atlântica

Nesta terça-feira (23/10), às 10h, será realizada uma audiência pública sobre a Estação Ecológica (ESEC) da Jureia, área de Mata Atlântica declarada Reserva da Biosfera em 1991 e considerada um Patrimônio Mundial Natural desde 1999. A preservação dessa área de quase 80 mil hectares ocorreu em boa parte pelo fato de a região ter sido transformada em Estação Ecológica em 1986. Essa categoria de unidade de conservação (UC) não permite que pessoas vivam dentro da área, mas havia uma população tradicional e casas de veraneio no local que até hoje não foram retiradas ou indenizadas pelo governo. Agora, porém, há o risco de uma modificação na categoria da UC pelo Poder Legislativo, que tornará a área menos protegida. A SOS Mata Atlântica alerta que a iniciativa pode gerar um grave precedente. “A mudança da categoria de Estação Ecológica na Jureia, por iniciativa do Poder Legislativo, é uma grande ameaça a todas as unidades de conservação do país. A competência para criar, desafeitar e categorizar uma UC é do Poder Executivo, no caso do Estado. Além disso, a discussão sobre alterações ou criação de unidades de conservação deve levar em conta critérios técnicos e legais e, principalmente, os atributos ambientais, naturais e patrimoniais da área, que apontarão sua vocação e categoria”, afirma Malu Ribeiro, coordenadora de projetos da Fundação SOS Mata Atlântica.

Marina Silva fala sobre o genocídio oculto dos guarani-kaiowá

Fonte: Transcrito da coluna de Marina Silva, na Folha de São Paulo. Marina Silva é ex-senadora, foi ministra do Meio Ambiente no governo Lula e candidata ao Planalto em 2010

Já se disse tudo sobre os guarani-kaiowá. Nada parece comover a "civilização brasileira" de que o extermínio desse povo é um crime imperdoável e o sangue de suas crianças recai sobre todos nós.

Dói na alma ler a carta da comunidade Pyelito kue""Mbarakay, de Iguatemi (MS), divulgada depois que a Justiça de Naviraí (MS) determinou sua retirada da beira de um rio.

É um daqueles documentos que testemunham momentos graves na formação do país, como os relatos de Canudos e do Contestado, da Revolta da Chibata, da escravidão, da ditadura, dos incontáveis massacres e chacinas que tingem o chão de nossa pátria.

Ouçamos a voz guarani-kaiowá: "(...) avaliamos a nossa situação e concluímos que vamos morrer todos mesmo em pouco tempo, não temos e nem teremos perspectiva de vida digna e justa tanto aqui na margem do rio quanto longe daqui. Estamos acampados a 50 metros do rio Hovy, onde já ocorreram quatro mortes, sendo que dois morreram por meio de suicídio e dois em decorrência de espancamento e tortura de pistoleiros das fazendas. Moramos na margem deste rio Hovy há mais de um ano, estamos sem assistência nenhuma, isolados, cercado de pistoleiros e resistimos até hoje. Comemos comida uma vez por dia. Tudo isso passamos dia a dia para recuperar o nosso território antigo Pyelito kue-Mbarakay".

Onde estão os poderes da República, o sistema político, as grandes empresas que se dizem salvadoras da economia nacional? Onde está a opinião pública? Onde está o brasileiro cordial?

Escutemos: " (...) ali estão o cemitérios de todos nossos antepassados. Cientes desse fato histórico, nós já vamos e queremos ser mortos e enterrados junto aos nossos antepassados aqui mesmo onde estamos hoje, por isso, pedimos ao governo e à Justiça Federal para não decretar a ordem de despejo/expulsão, mas solicitamos para decretar a nossa morte coletiva e para enterrar nós todos aqui. Pedimos, de uma vez por todas, para decretar a nossa dizimação/extinção total, além de enviar vários tratores para cavar um grande buraco para jogar e enterrar os nossos corpos. Esse é nosso pedido aos juízes federais".

Há um suicídio a cada seis dias entre os guarani-kaiowá. Quase 50 são assassinados por ano. Agressões incontáveis. Falta ética, respeito à vida e responsabilidade para com os mais frágeis.

Não faltam anestesiadores de consciência sempre dispostos a minimizar a gravidade da situação, ao dizer que os índios estão blefando, que as "ONGs estrangeiras" estão por trás, conspirando contra o Brasil.

A pergunta é: até quando assistiremos o genocídio sem fazer nada? Cada um sabe se é um destinatário da pergunta e em que medida participa da resposta.

segunda-feira, 22 de outubro de 2012

Relatório do conselho Aty Guasu explica a situação dos Guarani Kaiowá de Pyelito Kue/Mbarakay

Fonte: Conselho Indigenista Missionário (Organismo vinculado à Conferência Nacional dos Bispos do Brasil - CNBB)

Este relatório é do conselho da Aty Guasu Guarani e Kaiowá, explicitando a história e situação atual de vida dos integrantes das comunidades Guarani-Kaiowá do território tradicional Pyelito Kue/Mbarakay, localizada na margem de Rio Hovy, 50 metros do rio Hovy, no município de Iguatemi-MS. O acampamento da comunidade guarani e kaiowá de Pyelito Kue/Mbarakay começou no dia 08 de agosto de 2011.

É importante ressaltar que os membros (crianças, mulheres e idosos) dessa comunidade proveniente de uma reocupação, no dia 23 de agosto de 2011, às 20h00, foram atacados de modo violentos e cruéis pelos pistoleiros das fazendas. A mando dos fazendeiros, os homens armados passaram permanentemente a ameaçar e cercar a área minúscula reocupada pela comunidade Guarani-Kaiowá na margem do rio que este fato perdura até hoje.

Em um ano, os pistoleiros que cercam o acampamento das famílias guarani-kaiowá, já cortaram/derrubaram 10 vezes a ponte móvel feito de arame/cipó que é utilizada pelas comunidades para atravessar um rio com a largura de 30 metros largura e mais de 3 metros de fundura. Apesar desse isolamento pistoleiros armados ameaçam constantemente os indígenas, porém 170 comunidades indígenas reocupante do território antigo Pyelito kue continuam resistindo e sobrevivendo na margem do rio Hovy na pequena área reocupada até os dias de hoje, estão aguardando a demarcação definitiva do território antigo Pyelito Kue/Mbarakay.

No dia 8 dezembro de 2009, este grupo já foi espancado, ameaçado com armas de fogo, vendado e jogado à beira da estrada em uma desocupação extra-judicial, promovida por um grupo de pistoleiros a mando de fazendeiros da região de Iguatemi-MS. Antes, em julho de 2003, um grupo indígena já havia tentado retornar, sendo expulso por pistoleiros das fazendas da região, que invadiram o acampamento dos indígenas, torturaram e fraturaram as pernas e os braços das mulheres, crianças e idosos. Em geral os Guarani e Kaiowa são hoje cerca de 50 mil pessoas, ocupando apenas 42 mil hectares. A falta de terras regularizadas tem ocasionado uma série de problemas sociais entre eles, ocasionando uma crise humanitária, com altos índices de mortalidade infantil, violência e suicídios entre jovens.

No último mês a Justiça Federal de Navirai-MS, deferiu liminar de despejo da comunidade Guarani e Kaiowá da margem do rio Hovy solicitado pelo advogado dos fazendeiros e, no despacho cita “reintegração de posse”, mas observamos que o grupo indígena está assentado na margem do rio Hovy, ou seja, não estão no interior da fazenda como alega o advogado dos fazendeiros. De fato, não procede à argumentação dos fazendeiros e por sua vez do juiz federal de Navirai sem verificar o fato relatado, deferir a reintegração de posse. Não é possível despejar indígenas da margem de um rio. Por isso pedimos para Justiça rever a decisão de juiz de Navirai-MS.

No sentido amplo, nos conselhos da Aty Guasu recebemos a carta da comunidade de Pyelito Kue/Mbarakay em que consta a decisão da comunidade que passamos divulgar a todas as autoridades federais e sociedade brasileira.

Tekoha Pyelito kue/Mbarakay, 08 de outubro de 2012

Atenciosamente,

Conselho/Comissão de Aty Guasu Guarani e Kaiowá do MS.

Egon Heck

Povo Guarani Grande Povo

Cimi 40 anos, 10 de outubro de 2012

Povo Guarani-Kaiowá prefere morrer coletivamente a atender à decisão da Justiça Federal

Carta da comunidade Guarani-Kaiowá de Pyelito Kue/Mbarakay-Iguatemi-MS para o Governo e Justiça do Brasil
Fonte: A Articulação dos Povos Indígenas do Brasil (APIB)

Nós (50 homens, 50 mulheres e 70 crianças) comunidades Guarani-Kaiowá originárias de tekoha Pyelito kue/Mbrakay, viemos através desta carta apresentar a nossa situação histórica e decisão definitiva diante de da ordem de despacho expressado pela Justiça Federal de Navirai-MS, conforme o processo nº 0000032-87.2012.4.03.6006, do dia 29 de setembro de 2012. Recebemos a informação de que nossa comunidade logo será atacada, violentada e expulsa da margem do rio pela própria Justiça Federal, de Navirai-MS.

Assim, fica evidente para nós, que a própria ação da Justiça Federal gera e aumenta as violências contra as nossas vidas, ignorando os nossos direitos de sobreviver à margem do rio Hovy e próximo de nosso território tradicional Pyelito Kue/Mbarakay. Entendemos claramente que esta decisão da Justiça Federal de Navirai-MS é parte da ação de genocídio e extermínio histórico ao povo indígena, nativo e autóctone do Mato Grosso do Sul, isto é, a própria ação da Justiça Federal está violentando e exterminado e as nossas vidas. Queremos deixar evidente ao Governo e Justiça Federal que por fim, já perdemos a esperança de sobreviver dignamente e sem violência em nosso território antigo, não acreditamos mais na Justiça brasileira. A quem vamos denunciar as violências praticadas contra nossas vidas? Para qual Justiça do Brasil? Se a própria Justiça Federal está gerando e alimentando violências contra nós. Nós já avaliamos a nossa situação atual e concluímos que vamos morrer todos mesmo em pouco tempo, não temos e nem teremos perspectiva de vida digna e justa tanto aqui na margem do rio quanto longe daqui. Estamos aqui acampados a 50 metros do rio Hovy onde já ocorreram quatro mortes, sendo duas por meio de suicídio e duas em decorrência de espancamento e tortura de pistoleiros das fazendas.

Moramos na margem do rio Hovy há mais de um ano e estamos sem nenhuma assistência, isolados, cercado de pistoleiros e resistimos até hoje. Comemos comida uma vez por dia. Passamos tudo isso para recuperar o nosso território antigo Pyleito Kue/Mbarakay. De fato, sabemos muito bem que no centro desse nosso território antigo estão enterrados vários os nossos avôs, avós, bisavôs e bisavós, ali estão os cemitérios de todos nossos antepassados.

Cientes desse fato histórico, nós já vamos e queremos ser mortos e enterrados junto aos nossos antepassados aqui mesmo onde estamos hoje, por isso, pedimos ao Governo e Justiça Federal para não decretar a ordem de despejo/expulsão, mas solicitamos para decretar a nossa morte coletiva e para enterrar nós todos aqui.

Pedimos, de uma vez por todas, para decretar a nossa dizimação e extinção total, além de enviar vários tratores para cavar um grande buraco para jogar e enterrar os nossos corpos. Esse é nosso pedido aos juízes federais. Já aguardamos esta decisão da Justiça Federal. Decretem a nossa morte coletiva Guarani e Kaiowá de Pyelito Kue/Mbarakay e enterrem-nos aqui. Visto que decidimos integralmente a não sairmos daqui com vida e nem mortos.

Sabemos que não temos mais chance em sobreviver dignamente aqui em nosso território antigo, já sofremos muito e estamos todos massacrados e morrendo em ritmo acelerado. Sabemos que seremos expulsos daqui da margem do rio pela Justiça, porém não vamos sair da margem do rio. Como um povo nativo e indígena histórico, decidimos meramente em sermos mortos coletivamente aqui. Não temos outra opção esta é a nossa última decisão unânime diante do despacho da Justiça Federal de Navirai-MS.    

Atenciosamente, Guarani-Kaiowá de Pyelito Kue/Mbarakay

Cabral X Índios - novamente o domínio do poder


Após o anúncio do governador do Rio de Janeiro, Sérgio Cabral (PMDB), de que a compra do antigo Museu do Índio foi concluída e que será agora demolido para dar "mobilidade" ao fluxo de veículos e transeuntes em volta do estádio, cabe ao Blog Povo Ameríndio firmar uma posição a respeito.

É evidente que muitos comemoram o anúncio da demolição de um prédio que está abandonado e "enfeiando" uma área totalmente reformada e modernizada, nos moldes exigidos pela Fifa.  Mas, embora o governador tenha anunciado sua argumentação com base no parecer da Fifa (o que já é ultrajante), o defensor público André Ordarcgy esteve no local conversando com os moradores e avaliando as caraterísticas do prédio (vide: http://copadomundo.uol.com.br/noticias/redacao/2012/10/19/governador-do-rj-anuncia-demolicao-do-museu-do-indio-para-reformar-maracana.htm ). A reportagem do Uol apurou que, pelo procurador público, "o antigo museu tem valor cultural, histório e arquitetônico ... por isso não pode ser demoludo"; disse, também, que "conta com pareceres do CREA (Conselho Regional de Engenharia e Agronomia) e do Conselho de Arquitetura e Urbanismo (CAU) que garantem que o prédio não atrapalha a circulação de pessoas no entorno do Maracanã... conta, também, com uma carta assinada pelo diretor do escritório da Fifa no Brasil, Fulvio Danilas, informando que a enteidade não exige a derrubada do prédio - pelo contrário, incentiva a sua preservação."

Isso posto, com ou sem ação pública, com ou sem a resistência prometida por Carlos Tukano, um dos líderes dos moradores da área, veremos se o governador e as empreiteiras que lucram com obras e licitações mal explicadas serão sensíveis à história do país. Alguém sugere algo?


Foto: Sergio Moraes/Reuters